Parceria com universidade vai começar o monitoramento das espécies na Fazenda Dona Amélia
Espécie ameaçada de extinção, o Lobo Guará é nativo do Cerrado e o maior dos canídeos da América do Sul. Alguns exemplares da espécie foram avistados na reserva legal, ou passeando livremente pelos campos da Fazenda Dona Amélia. Ficamos interessados em conhecer e preservar este animal, por isso fizemos contato com a UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul para buscar mais informações, conta o diretor da P. B. Lopes, José Henrique Gomes.
A partir desse contato, foi firmada uma parceria entre a fazenda e a UFMS para o desenvolvimento de um projeto multidisciplinar, batizado Projeto Lobo Guará. Através dos cursos de graduação, bem como os de Pós-graduação em Biologia Animal e de Ecologia e Conservação, a universidade participará com a parte prática do estudo, fornecendo o pessoal para pesquisa, tais como estudantes e professores pesquisadores, explica o coordenador do projeto, o professor Marcelo Bordignon.
A Fazenda Dona Amélia entra como financiadora do projeto. É muito interessante, pois haverá oportunidade de agregar um maior número de pesquisadores desenvolvendo várias temáticas de pesquisa. Trata-se de uma espécie ameaçada, devido à diminuição de seu habitat natural, o cerrado brasileiro. Acredito que este estudo seja pioneiro em Mato Grosso do Sul e de grande importância, avalia o professor, doutor em Zoologia.
Etapas do projeto
Segundo o professor Marcelo Bordignon, as atividades devem ser iniciadas no próximo ano e começam com o levantamento de dados sobre a presença do animal na área e estimar a quantidade de indivíduos.
O projeto também pretende avaliar como está o ambiente em que ele vive, a biodiversidade na área, através de um inventário de fauna e flora. Com isto poderemos saber o quanto este local está próximo do ambiente original e se pode suportar a presença da espécie.
Para o professor Marcelo, a terceira etapa será a mais delicada. Vamos monitorar e estudar mais de perto o lobo-guará. Faremos isso capturando alguns lobos para colocar equipamentos para observar seu comportamento. Também usaremos câmeras fotográficas automáticas para monitorar a movimentação da espécie.
A etapa final prevê a elaboração de um plano de manejo e monitoramento da espécie na região, e preservar o lobo-guará em Nova Andradina. A importância da pesquisa está no fato de estudar uma espécie que sofre com a pressão humana em seu habitat natural, seja pela agricultura ou pecuária, que diminui o tamanho das áreas naturais de uso pela espécie, pois nem sempre as áreas de reserva legal são suficientes para a manutenção adequada de uma população estável de indivíduos. Espero que esta iniciativa sensibilize outros proprietários de grandes áreas na região, para participarem da proposta de preservação da espécie no centro-sul do estado de Mato Grosso do Sul.