A trajetória de Jose Lopez Lopez

O imigrante José Lopez Lopez sempre foi uma pessoa ligada à terra, ao plantio e à lida com animais. Assim que aportaram em terras brasileiras, José, ainda menino, seguiu com a família para trabalhar nas lavouras de café da Fazenda Pedregulho, no interior de São Paulo. Era um trabalho árduo que, em nada parecia com a vida campesina que deixara na Espanha. A fazenda ficava em uma região muito atrasada, paupérrima... José Lopez Lopez encontrou ali as maiores dificuldades.


Anos depois, homem feito e movido pelo desejo de crescer, José chegou ao Norte do Paraná, uma região de mata nativa, com florestas de árvores imensas, frondosas. A vontade de se tornar alguém o conduziu ao sucesso. Casou-se com Dona Amélia, trocou Londrina por Ibiporã, cidade onde abriu um pequeno comércio. Tempos depois adquiriu o primeiro quinhão de terra, uma chácara localizada na estrada para Sertanópolis, a 08 km da cidade. Lá, ele plantou os primeiros pés de café.


A medida que o comércio foi crescendo, ele foi adquirindo propriedades rurais como a Fazenda São José em Frei Timóteo (PR) e outra, com o mesmo nome no município de Jurema, próximo a Paranavaí (PR). Teve fazendas no Norte do Paraná, Sudoeste de São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Ele havia reconhecido um nicho de negócios fantástico: comprar e vender fazendas. Ele chegou a ter 12 fazendas de diversos tamanhos. Havia formado um estoque, uma carteira de propriedades rurais. Até que na década de 1970, o corretor de imóveis Elzevir Menezes ofereceu-lhe uma gleba de 15 mil alqueires em Nova Andradina (MS).


O Sr. José Lopez Lopez apaixonou-se pela proposta. Convocou os filhos Pedro, Manoel, Maria e Zeca para uma reunião. Todos se opuseram à compra de algo tão grande, mas ele já estava decidido. Na época, o lote era conhecido como Fazenda Gato Preto. Como dentro da fazenda, havia uma nascente, José Lopez Lopez batizou a fazenda com o nome desse ribeirão. Assim nascia a Fazenda Santa Bárbara, uma propriedade gigantesca, com 54 km de um extremo a outro. O mato do cerrado cobria toda a propriedade e ele precisou de dezenas de tratores-esteira para começar a abrir a fazenda. Um exército de máquinas sob o comando de José Lopez Lopez.


À frente, no meio do mato a ser derrubado, ele indicava o que queria: “Aqui vamos construir um tanque e.... ali, o outro.”Construiu quatro tanques para nunca faltar água nos pastos. Somados, os tanques armazenavam 1 milhão e 750 mil litros de água. Sua estratégia foi abrir uma primeira parte da fazenda, para dividi-la em lotes, vender, e capitalizar-se para terminar a outra parte da propriedade, que seria sua.


O Sr. José e sua esposa Dona Amélia iam para a fazenda e ficavam, dois, três meses instalados em uma pequena edícula da futura sede da propriedade. Sobre os baldrames que já estavam ali, ele construiu a nova sede. Na Fazenda Santa Bárbara chegou a ter 25 mil bois, para cria, recria e venda. Após o falecimento de José Lopez Lopez em 1991 e de Dona Amélia em 1993, o filhos fizeram da divisão da Fazenda Santa Bárbara. O filho mais velho, Pedro, assim que assumiu o comando de sua faixa de terra, recebeu a sugestão de sua esposa, Sra. Cristina, de homenagear a mãe.


E o empresário Pedro Barbosa Lopes, que participava somente dos negócios e da área comercial das empresas, passou a ter um pedaço de terra para administrar. “A inspiração em meu pai sempre esteve presente. Eu procuro manter o seu nome, o seu legado em tudo que eu faço”, diz ele.


A Fazenda Dona Amélia conquistou em 2012, Certificação do SISBOV – Sistema Brasileiro de Identificação Bovina e Bubalina, um serviço criado pelo Ministério da Agricultura com normas e procedimentos no cuidado do gado nas propriedades rurais. Todo o gado da Fazenda Dona Amélia é registrado, com certificado para a exportação e os animais fazem parte do Banco Nacional de Dados (BND) e a Fazenda Dona Amélia é considerada e Estabelecimento Rural Aprovado no SISBOV (ERAS).